11º dia De Caleta Olivia a Rio Gallegos, Argentina

Por Alex

Logo de manhã acordamos e buscamos algum ponto wifi para acessar o notebook. Não queríamos passar o mesmo perrengue para encontar algum lugar para dormir em Rio Gallegos, nesta noite, e em Ushuaia nos 3 dias seguintes. Fizemos as reservas ligando via Skype (santo Skype) que sai muito mais barato do que ligar de qualquer “locutório”, as cabines telefônicas.

Conseguimos fazer as reservas de Ushuaia. Queríamos ficar no Freestyle Hostel, com uma bom rating no http://www.hostelworld.com. Encontramos apenas vaga para os dia 20 e 21, e no dia 19 fizemos no Hostel La Posta, também, com um bom rating.

Para Rio Gallegos acabamos não fazendo reserva por haver apenas um Hostel disponível e o resto eram hotéis. O telefone do Hostel dava como número não existente.

Para variar dissemos que iriamos sair cedo, porém, até fazer as reserva e tal, saímos tarde. Chegamos no final do dia a Rio Gallegos. Este seria o nosso último ponto de parada (dormida) antes de irmos para Ushuaia.

Ao chegar em Rio Gallegos já sentimos a forte presença de influências militares, ao chegar na cidade avistamos um aeroporto da aeronáutica e um bombardeiro pousando. Foi tão rápido que nem deu tempo de tirar as fotos. Fizemos algumas pesquisas rápidas em alguns hotéis do centro e fomos até o Hostel Sleepers Inn sem muita pretenção, já com o trauma do hotel meia boca da noite anterior. Qual foi a nossa surpresa ao conhecer o hostel. Tudo bem limpinho, quartos amplos com armário estilo fazenda. Lembra muito as pousadas do Brasil. É um lugar pequeno, deve ter a capacidade para umas 40 pessoas no máximo. Cristina (talvez a proprietária) foi super simpática e nos atendeu super bem. Arriscou algumas palavras em português. Já conhecia o Rio de Janeiro, a praia de Copacabana e tal. Fechamos o hostel em AR$ 50 por pessoa (R$ 35) com café da manhã, toalhas de banho e de cama.

Resolvemos fazer uma comidinha rápida e o chef Roberts preparou um Miojo com legumes e cebola. Ficou muito bom! Já passava das 23h e estávamos famintos. O mais incrível é que neste horário ainda estava claro lá fora. Sem sol, mas ainda claro.

Quando deu meia-noite começamos a ouvir fogos. Não demos muita importância mas os fogos não paravam. Deve ter durado uns 30 minutos. Perguntamos para a Cristina e ela nos disse que o dia 19/12 é o dia do aniversário da cidade. As pessoas vão até a praça principal para ver os fogos. Estávamos cansados, mas resolvemos conferir. Já saindo, começamos a sentir um certo vento polar, deveria estar uns 15 a 17 graus. Iríamos sair de carro, mas fomos advertidos que a cidade estaria cheia e com muito trânsito. Fomos a pé. Entramos na rua principal e uma multidão de gente caminhando, já voltando dos fogos. O que chamava a atenção era a quantidade de adolescentes. Centenas e centenas. Algo raro para quem estava só vendo idosos por Buenos Aires e Mar del Plata.

Pensamos que teria alguma coisa folclórica para se ver por causa do aniversário, mas não tinha nada. Apenas alguns tanques de guerra e só.

Resolvemos tomar uma cerveja num Pub irlandes próximo ao Hostel. Fedia muito cigarro. Não dáva para agüentar. Bebemos logo e fomos para o Hostel.

No Hostel tirei algumas dúvidas sobre qual caminho fazer em direção Ushuaia (pronuncia-se Ussuaia). Alguns diziam que teríamos que ir até Punta Arena no Chile e pegar uma balsa pelo Estreito de Magalhães. Mas um responsável pelo Hostel me passou bastante confiança dizendo que melhor caminho era descer de Rio Gallegos pela rota 3, até um ponto onde o Estreito era mais estreito. Daria uns 600 km.

Sobre Rio Gallegos

É impressionante como as pessoas são bem diferentes em Rio Gallegos. Por se ficar próximo do Chile há muitos imigrantes chilenos. Segundo o Toni afirmou, as pessoas pareciam chilenas. Pelos traços você logo percebe que 90% deles são descendentes de indígenas. Não sei se é devido a estatura média das pessoas, o pé direto das casas é bem baixo. As portas também são baixas. Há muitas casas de madeiras.

Acho que deve haver alguma influência inglesa pois a arquitetura de algumas casas lembram o bairro de Notting Hill em Londres. Muitas casas com porão e tal.

É uma cidade até que grande, mas economicamente não parece muito rica. Há poucos restaurantes bons, tudo tem um certa cara popular.

Aqui o vento e frio são constantes. Estamos no verão e faz frio a noite. As mãos, lábios e rosto ficam ressecados. Os lábio racham facilmente. Trate de usar protetores labiais para hidratar e proteger do sol e do vento.

Resumindo, para quem quiser fazer a mesma viagem, Rio Gallegos é um bom ponto de parada antes de seguir a Ushuaia. Durma bem descanse para uma viagem longa e cansativa que você terá no dia seguinte.

Deixe um comentário